quarta-feira, novembro 23, 2011

Alphaville e Alphaville

Carlos Moreira Teixeira


O condomínio Alphaville São Paulo foi lançado em 1974 nos municípios de Barueri e Santana, a cerca de 30 km da região dos Jardins, em São Paulo, e é hoje uma comunidade de 30.000 habitantes espalhados em 15 residenciais. Em 1997 a receita foi levada para Campinas; em 1998, para Belo Horizonte; e em 2000, para Curitiba. Goiânia, Salvador, e Sintra, em Portugal, também terão um Alphaville em breve. O nome é uma citação não intencional (ou uma contraposição, nas palavras dos empreendedores) do filme homônimo de Jean-Luc Godard, lançado no auge da carreira do diretor (Alphaville, França, 1965). A Alphaville de Godard é uma comunidade dominada por um computador, Alpha-60, que controla todos os acontecimentos e toda liberdade de expressão de seus habitantes. Alphaville só existe à noite. Lá, a palavra bíblia quer dizer dicionário, e neste dicionário palavras como “livre” e “consciência” não existem. No Centro, há um enorme prédio modernista de vidro e concreto que tem corredores super compridos e cheios de portas, e é nele onde está instalado o super computador Alpha-60. Todos os homens usam ternos, não há artistas e todo “comportamento ilógico”, como chorar ou gritar, foi proibido. As mulheres são como gueixas japonesas treinadas para agradar e dizem “obrigado, de nada” sem parar. Tudo na cidade é chato e controlado: a arquitetura, as pessoas, as ruas, o Alpha-60 e o próprio filme.

The Truman Show

A cidade vigiada. The Truman Show, de Peter Weir, 1998
Rosa Moura


sinopses
Tendo 1984, de George Orwell, publicado em 1949, como pano de fundo, o Show de Truman é uma parábola sobre o totalitarismo, aonde a reescrita da história e a manipulação da memória moldam a ideologia e permitem a dominação


Admirável urbanismo novo

Fernando Lara
  
Nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro, a University of Michigan foi sede do 4th Academic Symposium on New Urbanism, com a presença de Peter Calthorpe, Michael Sorkin, Mario Gandelsonas, Robert Fishman, Robert Campbell, Camilo Vergara, Mike Pyatok, George Baird e Andres Duany, entre outros.

Ricos fogem da metrópole

Uma expansão periférica de natureza diferente está em curso no entorno da Serra do Curral, uma das áreas mais valorizadas de Belo Horizonte. Ela vem sendo empreendida por uma população de alta renda em busca da segurança e do convívio com a natureza que a metrópole já não mais proporciona. Esse movimento é analisado no livro Novas periferias metropolitanas – a expansão metropolitana em Belo Horizonte: dinâmica e especificidades no Eixo Sul, escrito por professores da UFMG e publicado pela Editora C/Arte. Em entrevista ao BOLETIM, a organizadora do livro, professora Heloísa Soares de Moura Costa, diz que essa fuga patrocinada pelas elites pode comprometer a vitalidade dos centros urbanos: “Do ponto de visto urbano, todos perdem, porque a cidade vai ficando cada vez mais estratificada”.

Que elementos concorrem para a expansão periférica por grupos de alta renda?

Vizinhos do Pateta

Vizinhos do Pateta 
Fernando Lara

Até bem pouco tempo atrás a Disneylândia era tratada na bibliografia do urbanismo pós-moderno como metáfora de uma assustadora projeção, de que nossas cidades se transformariam em parques de diversão ou cenários perfeitamente controlados para o deleite de uns poucos privilegiados que poderiam pagar o ingresso. David Harvey (2) chamava a atenção para o consumo da imagem enquanto Fredric Jameson (3) usava a metáfora da Disnenylândia para explicar as dinâmicas do capitalismo tardio.
Cidades, reais ou fictícias, sempre foram espelho de seu tempo. O surgimento da cidade moderna coincide com o início do Renascimento e traz consigo os valores de liberdade, individualização e auto-regulamentação. Não que as cidades sejam por definição democráticas ou nunca tenham servido a ditaduras opressivas (muito antes pelo contrário), mas o conceito de urbe sempre tendeu mais para livre-arbítrio que para o despotismo, mais para a garantia dos direitos individuais que para a supressão desses. Claro que a contrapartida dessa identificação entre cidade e liberdade inspirou mitologias diversas que vão de Sodoma e Gomorra ao desprezo norte-americano pela pulsação concentrada de vida na urbe. Puritanos de origem, a intelectualidade norte-americana, de Thomas Jefferson a Frank Lloyd Wright sempre viu com desconfiança esse ajuntamento de pessoas num mesmo espaço chamado cidade, e inventou diversas formas de neutralizar o poder subversivo dessa aglomeração, entre as quais figuram algumas de suas marcas registradas, como o automóvel e a suburbanização.
Eis que em 1997, em comemoração aos seus 25 anos, a Disney Corporation, dentro do mais puro espírito americano e talvez não satisfeita em ser usada como exemplo sombrio de futuro urbanístico, resolve satisfazer as previsões apocalípticas de Jameson e Harvey, construindo uma cidade inteira sobre um pedaço de terreno pantanoso da Flórida. Celebration, dimensionada para 20 mil habitantes, já conta com cerca de 500 famílias que escolheram satisfazer ali seu sonho dourado de morar na Disneylândia. Até ai a estória seguiria tranqüila, com mais um grupo de famílias de classe média alta americana morando em mais um empreendimento suburbano (ou new urbanista), se não fosse por alguns detalhes que deveríamos examinar mais de perto.
Em Celebration, como em qualquer outro parque de diversões da Disney, tudo foi cuidadosamente planejado, projetado e executado para a satisfação dos visitantes, ou no caso, residentes. Cada visada de rua foi pensada para que a distância entre as casas seja perfeitamente agradável, nem tão perto que pareça uma vila operária, nem tão longe que dê a impressão de isolamento e dispersão tão comuns às cidades americanas, já não valorizadas atualmente pelo mercado imobiliário.
Aliás, mercado imobiliário parece ter sido o eixo central do projeto de Celebration, onde tudo foi calculado com base nas mais precisas tendências de opinião ou consumer behavior. Os problemas realmente começam quando a Disney Corporation resolve planejar, além do cenário, o script de todos os atores, ou no caso, moradores. Celebration não tem prefeitura nem qualquer outra forma de organização político-democrática. Um acordo especial com o governo da Flórida transfere para a Disney Corporation todos os direitos administrativos de suas propriedades, que no caso de Celebration não são repassados aos proprietários de cada residência. Um administrador, funcionário da Disney nomeado para tanto, exerce as funções de autoridade administrativa, legislativa e, se deixarem, judiciária também. Ao morador, resta agir em concordância com o script determinado, já que não lhe cabe escolher a cor das próprias janelas nem plantar uma árvore no seu próprio jardim sem autorização da administração da cidade, leia-se Disney Corporation.
Agora vem uma pergunta das mais intrigantes: Porque cidadãos de classe média alta americana, profissionais liberais qualificados que poderiam morar em qualquer ponto do país ou do mundo, resolvem investir uma bolada de dinheiro para morar em Celebration, abrindo mão de direitos básicos como votar para prefeito ou construir um laguinho no próprio jardim? A resposta possível, apesar de insuficiente, se apoia na falência do modelo de subúrbio americano, que de sonho dourado dos baby-boomers recém casados na década de 60 e 70, passou a pesadelo, em menos de 30 anos.
Para retratar a tragédia da suburbanização, nada melhor que a televisão e o cinema americanos. Nos anos 60 seriados como A Feiticeira ou Jeannie é um Gênio, espelhavam a família ideal. Enquanto o marido sai para trabalhar dirigindo uma enorme banheira, a mulher cuida das crianças e da casa, que fica num subúrbio arborizado e tranqüilo. Abandonado, o centro das cidades viu sua população de maioria negra ser marginalizada e deixada a própria sorte. O quadro que parecia harmônico nos anos 60 não resistiu ao desencanto dos anos 70 e muito menos ao conservadorismo dos anos 80, dando lugar a uma realidade de isolamento e alienação que se revela no consumo altíssimo de drogas ou nos índices alarmantes de gravidez na adolescência. No híper-centro, um pequeno conjunto de edifícios pós-modernos (subsidiados sob a desculpa de revitalização) é cercado por alguns muitos quilômetros quadrados das chamadas inner cities, onde se amontoam os excluídos, os rejeitos do american-way-of-life.
O cinema continua pródigo em retratar esta realidade, ainda que tangencialmente, com Quentin Tarantino e Spike Lee, entre outros. Da última safra de filmes que deve estar em cartaz agora no Brasil, Ice Storm descortina tragicamente a decadência do modelo suburbano americano que já dava sinais de exaustão desde os anos 70. No embalo da revolução sexual, que no caso do filme em questão é tratada com cuidadoso moralismo, duas famílias vizinhas encenam uma relação de proximidade que transborda em sexo. O resultado é inevitavelmente frustrante para todos, sem distinção entre os filhos pré-adolescentes ou os pais quarentões, que aliás tem comportamento deliberadamente iguais. O interessante é examinar a mensagem moralista/arquitetônica por detrás da trama. Enquanto a família retratada como normal (ou mais próxima da média americana) mora numa casa tradicional em que o adúltero é o marido; a família disfuncional mora numa casa modernista, tem a mulher como adúltera e, como que em pagamento por esses pecados capitais, perde no final. Cenas da casa modernista, cúbica, branca e sem telhado, são escolhidas de modo a reforçar a idéia de estranhamento, de desconforto.
A arquitetura moderna, que nunca foi popular nos Estados Unidos, sempre representou uma ameaça aos valores da família americana, e pragmaticamente adaptada, serviu muito bem para reforçar o poderio das grandes corporações impresso em seus arranha-céus de vidro, ou para alojar em apartamentos apertados a massa de excluídos, seja em Chicago, no Bronx ou em Detroit. A trama de Ice Storm levanta a idéia de que há algo de disfuncional no subúrbio americano, mas o moralismo desloca mais uma vez a culpa para o modernismo e mulher, na falta de outras ameaças como comunistas, estrangeiros ou psicanalistas.
Os profissionais liberais que vão aos poucos se mudando para Celebration buscam justamente um script qualquer, na impossibilidade de escreverem suas vidas por eles mesmos. Pretensamente protegidos pela Disney Corporation, abrem mão de seus direitos políticos ou de suas liberdades em nome de uma promessa glamorosa de harmonia que confunde tragicamente a vida real com os contos de fadas. Já não basta o isolamento conservador do subúrbio, é preciso que alguém lhes proteja das tentações e disfunções ameaçadoramente cotidianas como as muralhas e a ponte levadiça protegiam os camponeses que viviam ao redor do castelo. Qualquer semelhança com o antigo feudalismo não é mera coincidência no momento em que, insistindo em não tentar melhorar as condições de vida dos bárbaros que vivem bem ali, do outro lado do rio ou da avenida, talvez só nos reste correr para o castelo e ir morar com o Pateta.

sábado, novembro 19, 2011

Relatórios - G1 - Mobilidade Urbana - NYC/Belo Horizonte

1º GRUPO
Mobilidade Urbana - NYC/Belo Horizonte
http://teoriadourbanismog1.wordpress.com


O Tema foi desenvolvido através de uma contextualização feita sobre o assunto e a matéria da disciplina, desta análise, o começo da discussão se mostrou ser o trabalho e a falta de estrutura no transporte público, que faz com que as pessoas busquem ter o próprio carro, aumentando cada vez mais o volume de veículos nas ruas. O carro se transforma em uma “bolha”, na qual cada um tem a sua e fica ali, por horas, sem contato com o “mundo exterior”, até chegar ao seu destino. 
Foram feitas análises comparativas entre Belo Horizonte e Nova York, analisando os aspectos históricos, de tráfego, a estrutura do sistema de metrô, ciclovias e do transporte público viário.
Exemplos de alternativas eficazes para solucionar o problema do trânsito foram citados na apresentação, a Cidade do México investiu pesadamente no transporte público e conseguiu solucionar o problema da mobilidade urbana. Londres diminuiu o volume de carros em suas ruas cobrando pedágios urbanos, o que fez com que as pessoas só usassem seus carros quando houvesse real necessidade. Paris também entrou na lista, com um projeto da criação de linhas de transporte rápido, a bicicleta. Copenhague também incentivou o uso de bicicletas autorizando o transporte das mesmas dentro dos metrôs.

Uma das situações que mais me despertou o interesse foi a questão do Sistema de BRT (BUS Rapid Transit) que está sendo implantado em Belo Horizonte. Tive a oportunidade de trabalhar no projeto de duplicação da Av. Dom Pedro I e vivi todo o processo que está acontecendo em nossa cidade. O BRT se trata de obras de melhoramento da infra estrutura da cidade, é um sistema com características similares ao metrô, porem é mais economicamente viável, O BRT é a junção da qualidade dos transportes dos trilhos com a flexibilidade dos ônibus.
Com obras já em andamento, o BRT será implantado primeiramente nas principais vias de acesso de Belo Horizonte, a Av. Antônio Carlos,  Av. Pedro I e Av. Cristiano Machado. A cidade terá sua frota de ônibus renovada, com veículos modernos e de maior capacidade (capacidade de passageiros 3 vezes maior). Circulando em vias exclusivas, as interferências com o tráfego geral serão minimizadas, o que permitira um trajeto mais rápido e mais seguro. Além disso, a cidade também terá novos abrigos e estações de embarque e desembarque e de integração mais modernas, contando com piso nivelado facilitando o acesso, sistemas de controle informatizados que permitem o acompanhamento da operação em tempo real, e sistema de informação ao usuário permitindo saber quanto tempo o ônibus irá demorar para chegar à estação, a cobrança da tarifa será feita nas estações de transferência o que  também agilizada o tempo de embarque/desembarque. Os ônibus serão articulados e permitirão maior acessibilidade ao usuário e integração com os outros sistemas de transporte público da cidade.




Outra questão interessante que foi discutida, foi a solução que  Londres adotou para diminuir a frota de carro na cidade. Criando o pedágio urbano, consiste em uma taxa de 8 libras que deve ser paga pelo dono de um veículo que entra, sai ou se desloca na zona delimitada nos horários de maior movimento.  A medida de fato diminui os congestionamentos em 40%, mas será que é uma solução realmente eficiente e justa? Quem tem mais dinheiro continuará usando seus carros, mas os menos favorecidos serão “obrigados a optar” pelo transporte público.


É uma longa questão a se discutir, são vários fatores, muitos contras muitos a favor também. De fato o volume de tráfego diminuiu nessas áreas, mas como ficam as empresas que estão localizadas nas regiões do pedágio? Com certeza essas foram prejudicadas. Outra questão a ser discutida é a infra estrutura do transporte público, (não é o caso de Londres, que tem um bom transporte público) o governo só pode obrigar as pessoas a usarem o transporte público se ele oferecer uma boa solução. Com uma breve análise da solução adotada por lá, já podemos descartar essa opção para ser usada no Brasil.


Daniela Grassi

Relatórios - G4 - Fronteiras e Condomínios - Palestina - São Paulo

4° GRUPO
O tema: Fronteiras e Condomínios - Palestina/ São Paulo


Com o tema sobre condomínios, o grupo 4 conceituou esse termo: Áreas residenciais com acesso restrito, nas quais os espaços públicos foram normalmente privatizados. Gated Communities – Estados Unidos. Condomínios – Chile. Countries – Argentina. Condomínios Fechados – Brasil. O que atrai as pessoas para esse tipo de moradia, na maioria das vezes é a segurança e a forma de apropriação do espaço, uma maneira mais livre. Caldeira diz que “são propriedades privadas para o uso coletivo e ENFATIZAM O VALOR DO QUE É PRIVADO e restrito ao mesmo tempo que DESVALORIZAM O QUE É PÚBLICO e aberto na cidade. São fisicamente demarcados e ISOLADOS POR MUROS, grades, espaços vazios e detalhes arquitetônicos.”
Os condomínios fechados já aparecem na história desde a Idade Média, com as muralhas em torno da cidade, que protegiam e uniam a cidade. Existem vários fatores que geram a divisão urbana, seja ela cultural, por função ou por status.
O grupo estudou a evolução urbana de São Paulo e da cidade da Palestina.
Mapas das localizações das residências por área útil foram colocados na apresentação. Eles retratam a centralidade da cidade. As maiores residências estão aglomeradas no centro. Dados um pouco contrários à tendência atual, que é dos mais rios saírem do centro e irem morar em condomínios nas áreas periféricas do centro urbano.


Os condomínios trazem além da falsa sensação de segurança, a idéia de leis próprias, por ser um ambiente fechado, as pessoas acham que ali funcionam as leis internas, e não as da sociedade, acham que estão livres de punições e obrigações. Um exemplo são alguns dados sobre o Alphaville de São Paulo. De março de 1989 a janeiro de 1991 foram registrados 642 acidentes de automóveis, 925 feridos e 6 mortos, em todos esse acidentes apenas 1 vítima era maior de 18 anos.



Bárbara Gonçalves

Relatórios - G2 - Viadutos e moradores de rua - BH/ Londres


2º GRUPO
Tema: Viadutos e moradores de rua - BH/Londres
http://londresebelohorizonte.blogspot.com/ 

De acordo com a apresentação sobre o tema Viadutos e Moradores de Rua, pude observar que o grupo expôs o tópico com bastante coerência. Eles seguiram uma linha cronológica tanto no contexto brasileiro quanto britânico. Abordaram as causas da existência dos moradores de rua, falaram sobre os abrigos existentes em Belo Horizonte, as áreas onde os moradores de rua estão mais concentrados. Falaram também como e porque essas pessoas  apropriaram dos espaços vazios gerados pelos viadutos. Exibiram vídeos e imagens que mostravam a situação dos moradores de rua, como eles vivem e porque estão ali, mostraram também os possíveis usos de viadutos, em Belo Horizonte e Londres.
O grupo tomou como exemplo as cidades de Belo Horizonte e Londres onde mostraram o contraste existente na questão de usos dos baixos de viadutos. Na Inglaterra, você irá encontrar feiras de rua, bares, restaurantes, cafés, casa de shows, pistas de skate, até mesmo um antigo show de horrores que é um famoso ponto turístico. Já no Brasil é raro quando esses espaços são aproveitados de forma positiva, onde a população tem algum benefício, na maioria das vezes eles estão abandonados ou ocupados pelos moradores de rua, gerando áreas de risco para a cidade.
Tanto no Brasil, quanto na Inglaterra os moradores de rua existem e são muitos. Mas vale a pena ressaltar que os moradores de rua de Londres recebem ajuda do governo, e muitos estão ali por vontade própria.

 Propaganda publicitária da ONG francesa Samu Social

Alguns pontos que o grupo abordou me chamaram atenção e um deles foi a dificuldade que os moradores de rua encontram para sair dela. Os motivos são diversos , escolhas erradas, falta de oportunidades, as pessoas não dão credibilidade alguma a essas pessoas, muitos fazem uso de álcool e drogas, para alívio ou não da dura realidade em que vivem, que muitas vezes acarretam em problemas neurológicos, dificultando ainda mais o processo.
As soluções abordadas pelo grupo foram eloquentes, dentre elas a criação de programas de reinserção desses moradores de rua, construções de mais habitações temporárias, maior atenção dos políticos as essas pessoas para que tenham chances de uma vida melhor.


Essa imagem retrata o que acontece o tempo todo nas ruas das cidades, nós simplesmente ignoramos essas pessoas, como se fosse um algo corriqueiro, mas não é, são seres humanos  como nós que não tiveram as mesmas oportunidades.
Outro ponto que chamou minha atenção foi o abandono dos baixos de viadutos em Belo Horizonte. O grupo citou todos os viadutos da cidade, que atualmente estão servindo como moradia irregular e local para uso de drogas.  Em Londres, várias soluções foram encontradas para o uso desses espaços vazios, soluções que deram certo para a cidade e para os moradores dela, porque nossos governantes não usam isso como exemplo e dêem um pouco mais de atenção para essas áreas? Porque o descaso com os moradores de rua é tão grande? Eles almejam um país de primeiro mundo, com planos urbanísticos que funcionem, mobilidade, bela arquitetura, mas se esquecem desse setor da população que sempre estará nas ruas e viadutos, e não vai adiantar que eles “sumam” com essas pessoas em períodos propícios, porque eles sempre voltam.  

Viaduto em Belo Horizonte

Borought Market - Inglaterra

Maíra Moreno

Relatórios - G6 - Reconversão Urbana - Florença/Congonhas

6º GRUPO
Reconversão Urbana - Florença / Congonhas - A alegoria do Patrimônio
http://caminhodatoscana.blogspot.com/

A dinâmica da cidade e suas necessidades, exige que a estrutura urbana mude também. Novas produções, produtos, novos usos.
O grupo 6 aborda esse conveito renovador porém dialogando com o patrimônio histórico. O valor da memória frente a renovação.
Até onde vale a pena o custo de manutenção de algo que não serve mais à cidade?!
Focando em cidades com palpável memória histórica. Mesmo quando os excessos do gótico é condenado, creio que hoje realmente seja sem propósito tamanha pomposidade porém contextualizando com o momento histórico há justificativa e são esse momentos históricos que os prédios e obras contam, construir algo assim hoje beira o ridículo e pobreza de significado, porém repetindo, hoje. E um povo sem memória não compreende seu presente.

Florença


Florença localizada ao sul da Italia, capital da região toscana é a representação de uma cidade que “casa” seu passado, sua importância museológica com seu presente, um moderna metrópole de prestação de serviços. Florença conta sua história, suas mudanças políticas através da arquitetura. É o exemplo de que o respeito ao passado não é estagnar no tempo. E considerando que acompanhando as mudanças culturais do mundo a igreja não ocupa mais o topo da necessidade humana, muitas das reconvenções encontradas ali são mudanças de usos de edifícios religiosos.

Congonhas


Apesar de localizada no interior de minas gerais Congonhas pode ser facilmente comparada com Florença principalmente pela grande maioria de seu patrimônio histórico ser de caráter religioso. Porém Congonhas perde em conscientização, os benefícios da Industrialização são colocados a frente do valor histórico e a cidade sofre com a atividade mineradora.

Tatiana R.Fields

Relatórios - G5 - Favela e saneamento básico BH/ Rio de Janeiro


5º GRUPO
Favela e saneamento básico
http://oescalimetro.blogspot.com/ 

O grupo foi bastante eloquente ao abordar o tema, começando pelo conceito e as causas do surgimento das favelas no Brasil e no mundo. Citaram gráficos que mostravam o aumento da população urbana em relação á população rural e o rápido crescimento do número de favelas pelo mundo. Através de fotos e mapas falaram sobre as favelas mais populosas, o que foi uma surpresa pelo fato de o Brasil não estar entre elas. Falaram sobre as principais favelas de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, sobre a  história de cada uma delas, as condições de moradia , se existe acesso a rede de esgoto, água, luz, segurança, transporte, postos de saúde, e também falaram de programas sociais como o Fica Vivo e BH Cidadania que atuam no aglomerado Morro do Papagaio em Belo Horizonte. Trataram de questões como a autoconstrução, unânime nas favelas, por causa da baixa renda dos moradores e a construção de muros pela prefeitura do Rio, com pretextos até convincentes mas com o único objetivo de isolar essas áreas. Falaram de outras diversas políticas de intervenções, de remoção e de urbanização que mostravam que o real interesse do governo nunca foi a melhoria das favelas, mas satisfazer interesses elitistas.
A relação entre as cidades estudadas, Belo Horizonte e Rio de janeiro, se deu na conclusão da apresentação, pois falaram das principais favelas  das respectivas cidades separadamente  e diante dos dados apresentados pelo grupo, chegaram a conclusão de que nas duas cidade as preocupações do governo brasileiro eram as mesmas, atender os interesses elitistas e não uma verdadeira atenção de melhoria.
O que surpreende é o fato do Brasil ser famoso pelas suas favelas e não estar nem entre as 30 favelas mais populosas do mundo, porque isso acontece? Acredito que a fama vem principalmente pelas favelas do Rio de Janeiro, pelo fato de que são áreas de extrema violência, milícias corruptas, o explícito tráfico de drogas, o quase diário conflito entre polícias e traficantes, que muitas vezes fazem a segurança da favela. Visitando alguns sites estrangeiros notei que as reportagens que se referem às favelas brasileiras falam basicamente sobre a violência, tema que é “vendido” facilmente na mídia.


Além de todos os problemas encontrados nesse tipo de ocupação desordenada, a falta de infraestrutura junto ao descaso do governo, os moradores estão sujeitos a violência gratuita.


Maíra Moreno

Relatórios - G7 - Habitação Social, Segregação - Amsterdan/ Frankfurt/ Berlin/ Cidade de Deus - Rio

7º GRUPO
Habitação Social, Segregação - Amsterdan/ Frankfurt/ Berlin/ Cidade de Deus - Rio


A segregação espacial é um problema social causado por inúmeros fatores, e ela gera muitas conseqüências também. Sua origem não é uma coisa nova, vem desde a revolução industrial, quando a classe operária foi rejeitada dos centros e mandada para as periferias. O capitalismo é a base disso tudo.
O grupo começou a discussão dessa origem, começando das primeiras trocas comerciais.  
Desenvolvendo o tema o grupo chegou no foco da discussão: a segregação, a ocupação do solo é determinada pelos arranjos resultantes do encontro de vários agentes: capital imobiliário, trabalhadores, poder público. Essas associações geram conflitos e diferenças de interesse, necessidades e poder. A segregação voluntária é a nova tendência, as pessoas com melhores recursos financeiros se isolam do caos da cidade a procura de qualidade de vida em um condomínio fechado, vivendo só com pessoas do mesmo nível social, cultural e financeiro.
Como exemplos de casos mundiais, o grupo citou a experiência habitacional de Frankfurt, a segregação começou após a Primeira Grande Guerra, com a criação de assentamentos para operários.

Um exemplo peculiar de delimitação que o grupo coloca é a Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, a avenida foi concebida para ser o limite da cidade, a fronteira. As áreas externas à ela seriam ocupadas pelas classes menos favorecidas.


Minha Casa Minha Vida, um programa do Governo que a mídia mostra ser uma boa solução para a falta de moradia na verdade é uma segregação espacial evidente. O Governo constrói apartamentos em terrenos cada vez mais distantes dos centros urbanos, e a população de baixa renda cada vez vai morar mais longe. Resolve o problema da moradia mas cria outros.



Bárbara Gonçalves

Relatórios - G8 - Governança Metropolitana, Saneamento - Ribeirão das Neves/ABC Paulista/ Rio Fraser/ Vancouver

8º GRUPO
Governança Metropolitana, Saneamento - Ribeirão das Neves/ABC Paulista/ Rio Fraser/ Vancouver


O grupo desenvolveu o tema fazendo uma interlocução entre problemas e soluções de Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, ABC Paulista, Vancouver e Coréia do Sul.
Foi apresentado de forma rápida a parceria público/privada dos Consórcio que possibilita diversos investimentos. Alguns exemplos citados foram o Consórcio ABC que possibilitou a construção de hospitais, Universidade e diversas melhorias na região. O desenvolvimento de Ribeirão das Neves, que também trouxe graves problemas para a população com a falta de saneamento na cidade. Outro consórcio de expressão foi em Vancouver que a parceria possibilitou a revitalização da bacia do Rio Fraser, na década de 80.
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como um sistema brasileiro criado para promover melhorias. Inclusive verifiquei que Ribeirão das Neves está passado por obras de saneamento em toda sua extensão devido ao PAC.



As correlações feitas pelo grupo foram através de exemplos, mapas e fotos de reais situações vividas em Belo Horizonte e Ribeirão das Neves, ABC Paulista, Vancouver e também um adendo que foi sobre a Coréia do Sul.
 Rio Fraser em Vancouver


Dentre todas as situações analisadas pelo grupo 2 que mais me incomodam são as questões de canalização e água, e a outra sobre o PAC.
É impressionante quando nos deparamos com exemplos como o de Seul na Coréia do Sul em que um rio Cheonggyecheon totalmente poluído e degradado, e que era canalizado pôde ser recuperado e entregue à população de forma tão agradável.
Com todo esse exemplo Belo Horizonte ainda vive uma eterna canalização do Arrudas. Há alguns anos nos é possível observar que as impermeabilizações da cidade e as canalizações vêem trazendo vários danos à população, com enchentes e alagamentos. A Av. Tereza Cristina é um bom exemplo de toda essa tragédia. As áreas de entorno em sua maioria impermeabilizada e alguns pontos canalizados e outros não, o que impede a vazam correta das águas em dias de grandes chuvas. Presenciei em 2010 com as chuvas de janeiro uma situação de extrema tristeza, dois dias depois de uma grande chuva onde carros e pessoas eram arrastadas, no início da Av. Tereza Cristina, antes do Bairro Betânia, onde a população no entorno do rio tiveram suas casas inundadas. Segundo relato de moradores, antes do rio transbordar as águas entravam pelos ralos da cozinha e do banheiro. Neste episódio várias casa foram totalmente invadidas por água e lama. E com toda essa situação que agora virou corriqueira, o governo ainda continua canalizando e só lamenta.
A situação do PAC também é vergonhosa, pois apesar de trazer avanços inegáveis à população, se tornou mais uma forma de políticos e algumas empreiteiras ganharem com super faturamentos. Com isso as denuncias encaminhadas ao Ministério Público fazem com que as obras sejam interditadas e a população fiquem aguardando toda a apuração dos fatos, para retomada da obra.

Rio Cheonggyecheon

Rio Arrudas

Geovana Saliba

Relatórios - G9 - Saneamento Básico, favelas e Novos arranjos Territóriais - Vila Viva (BH)/ Lagos(Nigéria)

9º GRUPO
TEMA: Saneamento Básico,  favelas e Novos arranjos Territóriais - Vila Viva (BH)/ Lagos(Nigéria)


O que são as favelas? As favelas nada mais são do que assentamentos espontâneos e não convencionais, são ilegais e ocupam partes da cidade que estão abandonados, são carentes de infraestrutura e de serviços básicos, na sua maioria as favelas surgem da autoconstrução. O processo de surgimento das favelas começa com a Revolução Industrial e a falta de preparo das cidades para receber imigrantes. No Brasil cerca de 36,6% da população vive em favelas.
Foram mostradas algumas políticas de intervenção que o governo tem para tentar melhor a qualidade de vida nas favelas.
O grupo contextualizou também o surgimento das favelas em Belo Horizonte, que se deu no começo da cidade. Tiveram como objeto de estudo a Favela Morro das Pedras, que surgiu nos anos 20, e está localizada em um ponto nobre da cidade, a região sul, Entre os bairros Nova Gramada, Santa Lúcia, São Bento, Santo Antônio, Belvedere e Sion. O Morro das Pedras abriga 20 mil pessoas em uma área de 820mil m². Os moradores contam com escolas, creches, transporte coletivo, postos médicos e policiais. A comunidade é atendida por vários programas sociais, dentre eles o Fica Vivo, da Secretaria de Defesa Social. Outra favela estudada foi o Aglomerado da Serra e o Morro do Papagaio.
As principais favelas do Rio de Janeiro foram citadas no mesmo formato de Belo Horizonte. Foi mostrado a área, a população, dados em geral e a história do surgimento da favela. Cidade de Deus e Rocinha são exemplos das famosas favelas do Rio.

Um programa realizado no Rio de Janeiro que chamou minha atenção foi o Favela-Bairro, que teve sua primeira etapa realizada entre 1994 e 2000. O programa fez melhorias significativas de infra estrutura e acesso a serviços públicos. Em 10 anos, foram realizadas 548 mil m² de redes de esgoto, 500 mil metros de rede de água potável, 1691m² de ruas e becos, 251 mil m² obras de contenção das encostas, 8400 coletores de lixo, 23 mil pontos de luz e 503 mil m² de áreas de lazer e paisagismo. 


Essas melhorias feitas pelo governo refletem na vida de toda a cidade. Para a população das favelas houve uma valorização no valor dos imóveis. Em 2010 o programa foi substituído pelo Morar Carioca, que já tem vários projetos para serem executados em outras favelas da cidade.


Um outro ponto do trabalho que chama atenção foi a “concretização da segregação espacial”, o governo construiu um muro em torno de favelas do Rio de Janeiro com o pretexto de impedir o avanço da favela nas matas. Mas isso não passa de literalmente concretizar a segregação espacial, o governo está isolando essa população mais ainda da cidade.


Muro das favelas do Rio Muro de Berlim, qualquer semelhança é mera coincidência?


Enquanto procurava imagens para ilustrar este relatório, surgiu na minha frente um vídeo que faz uma associação entre Sérgio Cabral (Prefeito do Rio de Janeiro que construiu os muros em torno das favelas) e Hitler. O vídeo ilustra e critica essa atitude de uma maneira forte e ao mesmo tempo bem humorada. Vale a pena ver. 

Relatórios - G10 - Governança Metropolitana - Vetor Norte e Sul de Belo Horizonte

10º GRUPO
Governança Metropolitana - Vetor Norte e Sul de Belo Horizonte
http://bhnorteasul.blogspot.com/


Belo Horizonte surge como uma cidade planejada. Em uma época em que a Revolução Industrial influenciava todo o mundo, em um processo que modela a hierarquização urbana, já que o impulso dinâmico era guiado pela economia, e guiado pelos padrões de Londres e Paris que definiam as cidades grandes do mundo moderno. Criada neste momento com uma finalidade geopolítica, a nova capital tem a finalidade de substituir Ouro Preto já que a cidade era localizada a extremo, ou seja não era central, e devido a isto não facilitava as rotas comerciais do país, além disto era necessário um território que não impedisse o crescimento da nova cidade. Algumas cidades como Camberra (Austrália), Islamabad (Paquistão) e Goiânia (Brasil), foram construídas de modo similar, com o mesmo caráter geopolítico, e em um período relativamente curto, devido ao interesse político para a construção.
Assim como várias cidades planejadas em todo o mundo Belo Horizonte, têm seu planejamento rapidamente atropelado pelo crescimento populacional, o que faz o traçado original mudar diante da espontaneidade com que a população se espalha pelo seu entorno ou por seu interior. Isto acontece devido aos centros preexistentes atraírem investimentos o que leva a atração de fluxos de populações de áreas circunstantes, iniciando assim um ciclo vicioso, e dando origem ao ciclo expansivo da cidade e principalmente ao ciclo de expansão populacional.


Dando continuidade ao assunto, mostraram o vetor norte o vetor sul de Belo Horizonte. A cidade já não tem mais pra qual lado crescer, sendo caminhada para o vetor norte pela politica, levando pontos fortes pra la, como por exemplo a cidade administrativa, e o vetor sul, onde a elite já tinha se expandido, procurando tranquilidade e maior conforto. No Vetor Sul não há registro de grande ocorrência de loteamentos clandestinos, como ocorreu na ocupação de Ribeirão das Neves, localizada no Vetor Norte.


Apesar de Paris não ter sido planejada (foi de modo espontâneo, ao redor do Rio Senna), seu modo de expansão pode ser compara ao de Belo Horizonte, se olharmos pelo ponto de vista de limites. Foi construído em Paris uma muralha com o objetivo de defesa militar, já em Belo Horizonte a muralha construída não era feita de pedra, mas existia. A muralha de Belo Horizonte era a Avenida do Contorno que dividia a cidade em área denominada urbana e área suburbana, o que foi exatamente o que aconteceu em Paris no século XIX, em que tudo aquilo construído fora das muralhas era considerado periferia.
A urbanização acelerada e desordenada em BH – consolidada na segunda metade do século XX – denota seu processo de metropolização que ocorreu predominante para oeste norte. Esse fato fora condicionado por duas iniciativas (uma dos agentes privados e outra dos agentes públicos) facilitadoras à expansão dos loteamentos: preços mais acessíveis da terra - nas regiões citadas - para a classe média e baixa e o total descontrole da administração municipal sobre as regras de uso e parcelamento do solo.


A rápida urbanização de Belo Horizonte necessitou que a população criasse novas áreas de moradias fora da muralha (Avenida do Contorno), e a falta de política de uso e ocupação do solo, favoreceu a ocupação desordenada, o que trouxe todos os problemas oriundos da urbanização: aumento da impermeabilização do solo, aumento dos resíduos sólidos, poluição das águas superficiais e subterrâneas. Assim como Londres e várias outras cidades do mundo, a resposta do governo foi racionalistas, ou seja, a idéia era facilitar o desenvolvimento da cidade, com isso córregos e rios foram canalizados se tornando receptores dos esgotos domésticos e industriais
A canalização dos rios desequilibrou a vazão das águas pluviais resultando em enchentes nas áreas centrais, provocadas pelo aumento da vazão das águas pluviais no Ribeirão Arrudas e Córregos do Acaba-mundo e do Leitão. Enchentes que até os dias de hoje causam transtornos, com prejuízos e mortes.
Percebemos que o modo de urbanização não pode ser planejado, que independente da cidade ser planejada ou não, seu modo de crescimento depende de como a população irá apropriar do espaço. E que muitas vezes, o que acontece no nascimento da cidade irá influenciar em toda a sua existência. Como é o caso de Belo Horizonte que foi planejada para um determinado número de habitantes, e inesperadamente a população aumentou significamente e superou qualquer planejamento anterior, habitando a cidade de forma espontânea e natural.



Gabriele Amorim

Relatórios - G11 - Reconversão Urbana - Puerto Madero/ Rio de Janeiro/ Docklands/ Carlos Teixeira

11º GRUPO
Reconversão Urbana - Puerto Madero/ Rio de Janeiro/ Docklands/ Carlos Teixeira


O grupo 11 tratou dos propósitos de uma reconversão urbana. Reconversão Urbana seria uma ferramenta para recuperar áreas urbanas consolidadas, porém que não acompanharam as mudanças da cidade ou simplesmente não são utilizadas em todo seu potencial, dando a elas um novo uso afim de reintegrar à dinâmica urbana. Essa nova proposta deveria ser multiclassista e respeitar a habilidade original do local. Porém como não há cidade sem negociação de interesses e mesmo o patrimônio histórico não escapa e hoje perde significado se tornando mais uma palavra chave da tribo midiática.
Vivemos em um mundo globalizado, o que significa a perda da identidade local para seguir uma proposta universal. A globalização coloca o mercado como primeiro poder sendo assim transforma a memória em mercadoria. E a mídia entra para convencer a massa que o interesse de uma minoria abastarda é para o bem de todos, no entanto poucos são beneficiados. Há processos de segregação não declarados que excluem a maioria por custos ou mesmo por intimidação. A globalização gera a Grapped City, a cidade fragmentada onde se tem “a cidade pra Turista ver” dos admitidos e a cidade excluída, real. Cidade virtual onde as relações são marcadas por contrato reafirmando o mercado como primeiro poder.
O grupo apresenta esses conceito através dos seguintes exemplos ao redor do mundo:

Dock Lands

Região das Docas Londrinas começou a se desenvolver a partir do séculos XVIII e chegou a ser o maior porto do mundo no século XIX, daí seu valor histórico para o povo britânico.
Localiza-se a leste da City (centro financeiro londrino), estendendo-se por 15KM Tâmisa abaiixo abrangendo 2.226 hectares (entre 2 a 4 mil quadras), sendo dividida em três regiões: a oeste, Surrey Docks, Wapping & Limehouse, ao centro Isle of Dogs; a leste Royal Docks.


Como zona portuária, Dock Lands tem boa localização, esta próximo ao centro comercial e financeiro londrino, onde o espaço é escaço. Em Londres houve uma primeira proposta involuntária de cunho social, muitos armazéns, prédios e galpões foram transformados em habitações populares. Porém também em comércios, escritórios e habitações para classe alta. Criando um ambiente voltado para classe médio alta, nessa exclusão não declarada a classe menos favorecida foi "empurrada" para a periferia.

Puerto Madeiro

Em Buenos Aires a proposta de reconversão teve implícita a proposta de convencer a população da chegada da modernidade, da equiparação com o primeiro mundo.
No entanto a obra não é verdadeiramente direcionada a população de Buenos Aires e sim aos estrangeiros. Contrariando o propósito de reconversão de reintegrar a cidade o uso do porto é meramente turístico. Sua segregação é visível entre o lados dos turistas e moradores de alto poder aquisitivo versos os trabalhadores locais.
Além de ostentar um forte símbolo da globalização o hotel Hilton bem em frente a ponte que liga os abastados aos excluídos.


Tate Gallery

Desativada em 1981 essa central elétrica teve a obra inaugurada em 2000. Ao contrário das outras obras apresentadas pelo grupo essa se distingue por ocorrer em um único prédio e não em uma área. Sua intervenção apesar de menos impactante por uso de uma área inutilizada, segue a ideia principal de reconversão urbana. Reintegra uma área ou edifício de valor histórico à cidade, esse se tornando um museu.




Porto Maravilha

Esta obra para mim é a maior prova da força do interesse político. Coincidentemente ou não boa parte da legislação brasileira foi alterada e se tornou mais permissiva pouco antes do inicio das obras. Apesar de negar a semelhança de caráter turístico de Puerto Madero, enquanto melhoras, como nos acessos terrestres são efetivadas, seguindo a valorização do pedestre européia e os estacionamentos passam a ser subterrâneos, há remoção de moradias, sem real consulta da população local assim como no projeto Vila Viva em Belo Horizonte. Como é de conhecimento geral, o verdadeiro impulsionamento para essa obras foi a seleção do Brasil para sediar as Olimpíadas. Sendo um evento de caráter internacional o governo federal precisou assumir sua cota de responsabilidade nas obras o que permitiu intervenções que antes não eram possível, pois no local ainda existem prédios dos tempos que o Rio de Janeiro era sede da república, e continuaram sendo, e o estado não tinha poder para nenhum tipo de intervenção nos mesmos. O ponto positivo é que a partir do momento que o interesse passa a ser mútuo, mesmo que justificado por um evento internacional e não pela população local, as obras poderão caminhar.



Praça da Liberdade

A reconversão da praça da liberdade em Belo Horizonte tem caráter duvidoso, pois além de transformar um local multifuncional em monofuncional é excludente. Se localiza em uma área da cidade já frequentada pela elite zona sul da cidade. E quando você leva a elite para zonas frequentadas pela classe baixa há uma valorização da área, porem o inverso não leva o povo à área da classe média alta. Por tanto há lugares que realmente mereciam se tornar parte do circuito intelectual de Belo Horizonte. Já que se a população com alto poder aquisitivo opta naturalmente pela zona sul da cidade a função da administração e gerar interesse do lado oposto. Esse caráter excludente da reconversão da praça, segrega mais a cidade e restringe o publico das atividades culturais da cidade. Se o proposito da reconversão e reintegrar a cidade um espaço sem uso, quando você toma um espaço que já tinha uso e limita sua função, isso pode ser chamado de reconvenção?


Tatiana R.Fields