sábado, novembro 19, 2011

Relatórios - G10 - Governança Metropolitana - Vetor Norte e Sul de Belo Horizonte

10º GRUPO
Governança Metropolitana - Vetor Norte e Sul de Belo Horizonte
http://bhnorteasul.blogspot.com/


Belo Horizonte surge como uma cidade planejada. Em uma época em que a Revolução Industrial influenciava todo o mundo, em um processo que modela a hierarquização urbana, já que o impulso dinâmico era guiado pela economia, e guiado pelos padrões de Londres e Paris que definiam as cidades grandes do mundo moderno. Criada neste momento com uma finalidade geopolítica, a nova capital tem a finalidade de substituir Ouro Preto já que a cidade era localizada a extremo, ou seja não era central, e devido a isto não facilitava as rotas comerciais do país, além disto era necessário um território que não impedisse o crescimento da nova cidade. Algumas cidades como Camberra (Austrália), Islamabad (Paquistão) e Goiânia (Brasil), foram construídas de modo similar, com o mesmo caráter geopolítico, e em um período relativamente curto, devido ao interesse político para a construção.
Assim como várias cidades planejadas em todo o mundo Belo Horizonte, têm seu planejamento rapidamente atropelado pelo crescimento populacional, o que faz o traçado original mudar diante da espontaneidade com que a população se espalha pelo seu entorno ou por seu interior. Isto acontece devido aos centros preexistentes atraírem investimentos o que leva a atração de fluxos de populações de áreas circunstantes, iniciando assim um ciclo vicioso, e dando origem ao ciclo expansivo da cidade e principalmente ao ciclo de expansão populacional.


Dando continuidade ao assunto, mostraram o vetor norte o vetor sul de Belo Horizonte. A cidade já não tem mais pra qual lado crescer, sendo caminhada para o vetor norte pela politica, levando pontos fortes pra la, como por exemplo a cidade administrativa, e o vetor sul, onde a elite já tinha se expandido, procurando tranquilidade e maior conforto. No Vetor Sul não há registro de grande ocorrência de loteamentos clandestinos, como ocorreu na ocupação de Ribeirão das Neves, localizada no Vetor Norte.


Apesar de Paris não ter sido planejada (foi de modo espontâneo, ao redor do Rio Senna), seu modo de expansão pode ser compara ao de Belo Horizonte, se olharmos pelo ponto de vista de limites. Foi construído em Paris uma muralha com o objetivo de defesa militar, já em Belo Horizonte a muralha construída não era feita de pedra, mas existia. A muralha de Belo Horizonte era a Avenida do Contorno que dividia a cidade em área denominada urbana e área suburbana, o que foi exatamente o que aconteceu em Paris no século XIX, em que tudo aquilo construído fora das muralhas era considerado periferia.
A urbanização acelerada e desordenada em BH – consolidada na segunda metade do século XX – denota seu processo de metropolização que ocorreu predominante para oeste norte. Esse fato fora condicionado por duas iniciativas (uma dos agentes privados e outra dos agentes públicos) facilitadoras à expansão dos loteamentos: preços mais acessíveis da terra - nas regiões citadas - para a classe média e baixa e o total descontrole da administração municipal sobre as regras de uso e parcelamento do solo.


A rápida urbanização de Belo Horizonte necessitou que a população criasse novas áreas de moradias fora da muralha (Avenida do Contorno), e a falta de política de uso e ocupação do solo, favoreceu a ocupação desordenada, o que trouxe todos os problemas oriundos da urbanização: aumento da impermeabilização do solo, aumento dos resíduos sólidos, poluição das águas superficiais e subterrâneas. Assim como Londres e várias outras cidades do mundo, a resposta do governo foi racionalistas, ou seja, a idéia era facilitar o desenvolvimento da cidade, com isso córregos e rios foram canalizados se tornando receptores dos esgotos domésticos e industriais
A canalização dos rios desequilibrou a vazão das águas pluviais resultando em enchentes nas áreas centrais, provocadas pelo aumento da vazão das águas pluviais no Ribeirão Arrudas e Córregos do Acaba-mundo e do Leitão. Enchentes que até os dias de hoje causam transtornos, com prejuízos e mortes.
Percebemos que o modo de urbanização não pode ser planejado, que independente da cidade ser planejada ou não, seu modo de crescimento depende de como a população irá apropriar do espaço. E que muitas vezes, o que acontece no nascimento da cidade irá influenciar em toda a sua existência. Como é o caso de Belo Horizonte que foi planejada para um determinado número de habitantes, e inesperadamente a população aumentou significamente e superou qualquer planejamento anterior, habitando a cidade de forma espontânea e natural.



Gabriele Amorim

0 comentários:

Postar um comentário