sábado, novembro 19, 2011

Relatórios - G11 - Reconversão Urbana - Puerto Madero/ Rio de Janeiro/ Docklands/ Carlos Teixeira

11º GRUPO
Reconversão Urbana - Puerto Madero/ Rio de Janeiro/ Docklands/ Carlos Teixeira


O grupo 11 tratou dos propósitos de uma reconversão urbana. Reconversão Urbana seria uma ferramenta para recuperar áreas urbanas consolidadas, porém que não acompanharam as mudanças da cidade ou simplesmente não são utilizadas em todo seu potencial, dando a elas um novo uso afim de reintegrar à dinâmica urbana. Essa nova proposta deveria ser multiclassista e respeitar a habilidade original do local. Porém como não há cidade sem negociação de interesses e mesmo o patrimônio histórico não escapa e hoje perde significado se tornando mais uma palavra chave da tribo midiática.
Vivemos em um mundo globalizado, o que significa a perda da identidade local para seguir uma proposta universal. A globalização coloca o mercado como primeiro poder sendo assim transforma a memória em mercadoria. E a mídia entra para convencer a massa que o interesse de uma minoria abastarda é para o bem de todos, no entanto poucos são beneficiados. Há processos de segregação não declarados que excluem a maioria por custos ou mesmo por intimidação. A globalização gera a Grapped City, a cidade fragmentada onde se tem “a cidade pra Turista ver” dos admitidos e a cidade excluída, real. Cidade virtual onde as relações são marcadas por contrato reafirmando o mercado como primeiro poder.
O grupo apresenta esses conceito através dos seguintes exemplos ao redor do mundo:

Dock Lands

Região das Docas Londrinas começou a se desenvolver a partir do séculos XVIII e chegou a ser o maior porto do mundo no século XIX, daí seu valor histórico para o povo britânico.
Localiza-se a leste da City (centro financeiro londrino), estendendo-se por 15KM Tâmisa abaiixo abrangendo 2.226 hectares (entre 2 a 4 mil quadras), sendo dividida em três regiões: a oeste, Surrey Docks, Wapping & Limehouse, ao centro Isle of Dogs; a leste Royal Docks.


Como zona portuária, Dock Lands tem boa localização, esta próximo ao centro comercial e financeiro londrino, onde o espaço é escaço. Em Londres houve uma primeira proposta involuntária de cunho social, muitos armazéns, prédios e galpões foram transformados em habitações populares. Porém também em comércios, escritórios e habitações para classe alta. Criando um ambiente voltado para classe médio alta, nessa exclusão não declarada a classe menos favorecida foi "empurrada" para a periferia.

Puerto Madeiro

Em Buenos Aires a proposta de reconversão teve implícita a proposta de convencer a população da chegada da modernidade, da equiparação com o primeiro mundo.
No entanto a obra não é verdadeiramente direcionada a população de Buenos Aires e sim aos estrangeiros. Contrariando o propósito de reconversão de reintegrar a cidade o uso do porto é meramente turístico. Sua segregação é visível entre o lados dos turistas e moradores de alto poder aquisitivo versos os trabalhadores locais.
Além de ostentar um forte símbolo da globalização o hotel Hilton bem em frente a ponte que liga os abastados aos excluídos.


Tate Gallery

Desativada em 1981 essa central elétrica teve a obra inaugurada em 2000. Ao contrário das outras obras apresentadas pelo grupo essa se distingue por ocorrer em um único prédio e não em uma área. Sua intervenção apesar de menos impactante por uso de uma área inutilizada, segue a ideia principal de reconversão urbana. Reintegra uma área ou edifício de valor histórico à cidade, esse se tornando um museu.




Porto Maravilha

Esta obra para mim é a maior prova da força do interesse político. Coincidentemente ou não boa parte da legislação brasileira foi alterada e se tornou mais permissiva pouco antes do inicio das obras. Apesar de negar a semelhança de caráter turístico de Puerto Madero, enquanto melhoras, como nos acessos terrestres são efetivadas, seguindo a valorização do pedestre européia e os estacionamentos passam a ser subterrâneos, há remoção de moradias, sem real consulta da população local assim como no projeto Vila Viva em Belo Horizonte. Como é de conhecimento geral, o verdadeiro impulsionamento para essa obras foi a seleção do Brasil para sediar as Olimpíadas. Sendo um evento de caráter internacional o governo federal precisou assumir sua cota de responsabilidade nas obras o que permitiu intervenções que antes não eram possível, pois no local ainda existem prédios dos tempos que o Rio de Janeiro era sede da república, e continuaram sendo, e o estado não tinha poder para nenhum tipo de intervenção nos mesmos. O ponto positivo é que a partir do momento que o interesse passa a ser mútuo, mesmo que justificado por um evento internacional e não pela população local, as obras poderão caminhar.



Praça da Liberdade

A reconversão da praça da liberdade em Belo Horizonte tem caráter duvidoso, pois além de transformar um local multifuncional em monofuncional é excludente. Se localiza em uma área da cidade já frequentada pela elite zona sul da cidade. E quando você leva a elite para zonas frequentadas pela classe baixa há uma valorização da área, porem o inverso não leva o povo à área da classe média alta. Por tanto há lugares que realmente mereciam se tornar parte do circuito intelectual de Belo Horizonte. Já que se a população com alto poder aquisitivo opta naturalmente pela zona sul da cidade a função da administração e gerar interesse do lado oposto. Esse caráter excludente da reconversão da praça, segrega mais a cidade e restringe o publico das atividades culturais da cidade. Se o proposito da reconversão e reintegrar a cidade um espaço sem uso, quando você toma um espaço que já tinha uso e limita sua função, isso pode ser chamado de reconvenção?


Tatiana R.Fields

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