domingo, agosto 28, 2011

QUESTÃO 1 c) - BASE CARTOGRÁFICA : CONDOMÍNIOS


Como base cartográfica para o tema em estudo utilizamos uma dissertação cujo o tema principal é Condomínios Fechados, de Cristiani Dacanal, com o título; ACESSO RESTRITO: Reflexões sobre a Qualidade Ambiental Percebida por Habitantes de Condomínios Horizontais.
Para chegarmos ao tema de fato nos apoiamos à compreensão do desejo humano do habitar territórios protegidos, espaços claros, vistos como paraísos terrestres. O ponto de partida é correlacionar os ideiais ambientais das cidades desde a antiguidade de forma a que possa-se entender as reais influencias das cidades jardins que atualmente são condomínios fechados, segundo a autora.


Antiguidade


Traçado regular da cidade hipodâmica de Mileto, séc. V a.C.

Na Antiguidade havia um ordenamento geométrico do plano urbano e a valorização dos edifícios e espaços públicos, tratados como principais referenciais da paisagem urbana, que opunha-se à natureza selvagem, desconhecida. Havia proteção territorial pelo cercamento da cidade. O espaço habitacional não era valorizado. A orientação pelos eixos cardeais também sugere a busca da sacralidade.


Idade Média


Sienna (séc. XVI) e planta da praça

Na Idade Média a ordem geométrica deixa de ser prioridade, preferindo-se o traçado urbano orgânico, que pode ser tanto devido à expansão urbana gradativa e ao acaso como também dado a um valor estético pelo pitoresco. A cidade permanece delimitada, pela muralha e pelo fosso, que tem a função de defesa territorial. Valoriza-se a rua como lugar de convivência e trocas comerciais. Valoriza-se o público e o religioso – a praça, o mercado, a igreja – mas há um descaso com a qualidade habitacional e com a salubridade da cidade.


Renascimento

Sforzinda, idealizada por Filarete (1457-1464) e A cidade descrita por Vitruvio: descoberta dos escritos em 1412, publicação em 1521

- no Industrialismo percebe-se as problemáticas ambientais urbanas causadas pelo crescimento demasiado das cidades e da própria indústria. Como reação idealizam-se cidades que melhorariam a qualidade ambiental e de vida dos habitantes. Valoriza-se a natureza, que passa a ser sagrada, enquanto a grande cidade passa a ser percebida como profana. Procura-se a melhor posição dos edifícios em relação à topografia, ventos, e insolação. A técnica permite a reprodução de formas e idealizam-se “cidades-modelo”,
ou seja, reprodutíveis. Há uma divisão funcional do plano urbano – local para o trabalho, para o lazer e para a habitação, visando-se o conforto e a qualidade de vida do Homem. Assim, passa-se a valorizar o espaço habitacional. Não há mais o cercamento da cidade.


Modernismo


L'Enfant Plan da cidade de Washington em março de 1792 e Ruas de Londres séc XIX

- no Modernismo há uma evolução da reação à cidade industrial. Utiliza-se a alta tecnologia construtiva, em favor do Homem, e há uma oposição estética às formas urbanas da cidade tradicional. Valoriza-se a vegetação, os edifícios são voltados para melhor insolação e ventilação, há uma flexibilidade em adaptar-se ao terreno devido ao emprego de pilotis. Prega-se o funcionalismo e a tecnologia é voltada para o conforto humano. Utiliza-se o veículo automotor em maior escala, e a cidade é setorizada. Idealiza-se a cidade-jardim e o bairro-jardim, e o controle territorial se dá na forma de unidades de vizinhança.

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