terça-feira, agosto 30, 2011

QUESTÃO 2 - Modelos Urbanos

Houve na Europa a partir do séc. XVIII, com a Revolução Industrial, um grande deslocamento da população rural para as cidades que não tinham estrutura para recebê-los. Como isso as pessoas passaram a morar em cortiços ou nas ruas em situações desumanas.
A partir do caos instalado nas cidades, surgiu a necessidade de se resolver toda a situação com um planejamento ideal das cidades, instaurando-se o urbanismo moderno. Segundo Françoise Choay, três correntes prevaleceram.
Neste momento um dos princípios ideológicos trabalhado foi o modelo culturista, onde o que prevalecia era o todo e não as parte. Desta forma o homem era visto e percebido em grupo e não como um ser único, com regras e limites sendo considerados e observados para daí se pensar a criação das cidades.


No planejamento das cidades na época, tinham a rua e a quantidade de pessoas/famílias bem definidas para ocupação do espaço urbano a ser criado. O conforto do ser humano como o vento e sol eram levados em conta, assim como a topografia de cada região. Neste modelo a simetria não era um valorizante mas sim uma expressão orgânica de tudo o que se queria dizer.
A corrente progressista é a que mais se destaca, e vem defender e propor uma cidade funcional e geométrica, uma cidade espetáculo com foco na modernidade, onde os padrões estéticos de beleza do passado, são negados. Se preocupam em definir regiões residenciais, industriais e comerciais, onde o homem é tratado como um ser padronizado.
O outro modelo é o naturalista que vem negar o progresso e a tecnologia, e exaltar a natureza.

“ A estética é um imperativo tão importante quanto a eficácia para esses urbanistas-arquitetos a quem a tradição européia deu, em alto grau, uma formação de artistas. Mas conforme, a seu modernismo, rejeitam qualquer sentimentalismo com respeito ao legado estético do passado.” (CHOAY, 1979, pág. 23)

A cidade ao longo dos tempo sempre foi o lugar da apropriação e da possibilidade de sensações ilimitadas e subjetivas. Alguns concordavam ou discordavam do modelo regido para a cidade mas cada um tinha sua percepção, mesmo que fosse de indiferença.

Se o desenvolvimento da civilização é tão semelhante ao do indivíduo, e se usa os mesmos meios, não teríamos o direito de diagnosticar que muitas civilizações, ou épocas culturais - talvez até a humanidade inteira - se tornaram neuróticas sob a influência do seu esforço de civilização?

“Os projetistas do Novo Urbanismo, ou Urbanismo Sustentável, estão a favor de
comunidades pequenas e densas, com limites definidos e onde exista uma adequada
mescla de funções que incorporem espaços de recreação, comerciais, institucionais e de
serviço, em estreita vinculação com residências de vários tipos. As viagens para fora da
vizinhança são minimizadas, reduzindo a dependência do carro e a contaminação e o
consumo de energia que esta gera. As distâncias de um lugar a outro poderiam ser
percorridas a pé, e se podia chegar caminhando até às estações de transporte público
(ônibus, trens, metrôs e outros, segundo o caso), que conectem com outras comunidades
similares. Todas estas características propiciariam o caráter único do lugar e a sensação
de pertencimento à comunidade do grupo de habitantes que ali convivem”.
(IRAZÁBAL, 2006)

Com o novo urbanismo houve não só a expansão urbana como a valorização e status dos meios de transportes, alterando toda dinâmica de estruturação e apropriação do espaço urbano.
“Defende que o agrupamento urbano seja visto não mais a partir da idéia do progresso, mas da cultura e, ideologicamente, opondo-se ao industrialismo e à definição de necessidades-tipo para um homem-tipo imaginário.”
(CHOAY, 2003).

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